Puxe a cadeira seu moço, Sente aqui um bocadinho, Vô contá o que significa Aquela cruiz do caminho.
Seu moço todas as história Cuntece por causa do amor, Mas esta é bem diferente, Não tem muiê não sinhô.
Onde essa cruiz tá fincada, Naquele pedaço de chão, Há tempo foi interrado, O Zico da Conceição.
O Zico da Conceição, Cantadô i bão violero, E tinha a vóis mais bunita, De tudo o sertão intero.
Quando garrava na viola, E começava a cantá, Cantava moda bunita, Fazia a gente chorá
cantado:
Um dia o pobre coitado, Sentiu-se muito doente Daí então desandô, A imagrecê de repente,
Anssim ficô muito fraco, Já nem podia cantá, Saiu um dia de casa, Foi o doutor percurá.
I tudo aqui sintiu farta, Daquela tão linda vóiz, Daquela moda bunita, Que ele cantava prá nóis.
E o dotor disse prele, Seu Zico da Conceição, Tenha pacência rapais, Vancê tá ruim dos purmão.
O rapais veio simbora, Tristonho sem esperança, Parô naquele lugá, Chorano que nem criança,
Anssim o pobre coitado, Não resistiu tanta dor, Rancô da sua garrucha, E mermo ali se matô.
Com ele foi interrada, A sua viola de pinho, E aqui termina a história, Daquela cruiz do caminho.
Compositores: Anacleto Rosas Junior (Anacleto Rosas) (UBC), Arlindo Pinto dos Santos (Arlindo Pinto) (UBC)ECAD verificado obra #3499856 em 06/Abr/2024 com dados da UBEM