A voz do morro rasgou a tela do cinema E começaram a se configurar VisÔes das coisas grandes e pequenas Que nos formaram e estão a nos formar Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil Outras conversas sobre os jeitos do Brasil A bossa nova passou na prova
Pedia soluçÔes e explicaçÔes E foi por isso que as imagens do paĂs desse cinema Entraram nas palavras das cançÔes Entraram nas palavras das cançÔes Primeiro foram aquelas que explicavam E a mĂșsica parava pra pensar
Mas era tĂŁo bonito que parece Que a gente nem queria reclamar Depois foram as imagens que assombravam E outras palavras jĂĄ queriam se cantar De ordem e desordem de loucura De alma a meia-noite e de indĂșstria
Que o samba quis dizer O samba quis dizer: eu sou cinema O samba quis dizer: eu sou cinema AĂ o anjo nasceu, veio o bandido meterorango
Hitler terceiro mundo, sem essa aranha, fome de amor E o filme disse: Eu quero ser poema Ou mais: Quero ser filme e filme-filme Acossado no limite da garganta do diabo Voltar a AtlĂąntida e ultrapassar o eclipse Matar o ovo e ver a vera cruz