Santa Clara, padroeira da televisão Que o menino de olho esperto saiba ver tudo Entender certo o sinal certo se perto do encoberto Falar certo desse perto e do distante porto aberto Mas calar Saber lançar-se num claro instante. Santa Clara, padroeira da televisão Que a televisão não seja o inferno, interno ermo, Um ver no excesso o eterno quase nada (quase nada) Que a televisão não seja sempre vista Como a montra condenada, a fenestra sinistra Mas tomada pelo que ela é De poesia.
Quando a tarde cai onde o meu pai Me fez e me criou Ninguém vai saber que cor me dói E foi e aqui ficou Santa Clara
Saber calar, saber conduzir a oração Possa o vídeo ser a cobra de outro édem Porque a queda é uma conquista E as miríades de imagens suicídio Possa o vídeo ser o lago onde Narciso Seja um deus que saberá também Ressuscitar Possa o mundo ser como aquela ialorixá A ialorixá que reconhece o orixá no anúncio Puxa o canto pra o orixá que vê no anúncio No caubói no samurai no moço nu na moça nua No animal na cor na pedra vê na lua vê na lua Tantos níveis de sinais que lê E segue inteira.
Lua clara, trilha, sina Brilha, ensina-me a te ver Lua lua continua em mim Luar, no ar, na TV São Francisco
Compositor: Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso (Caetano Veloso) (UBC)Editor: U N S (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)Publicado em 1991 (04/Nov) e lançado em 1991 (01/Nov)ECAD verificado obra #4409097 e fonograma #920751 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM