Desde muito pequenina, Sentia um aperto no peito, Pois não me sentia à vontade Diante de qualquer preconceito. Ninguém conseguia entender, Sendo eu uma branca azeda, Porque só me identificava com o
Gingado da dança negra. O batuque de terreiro, Atiçando minhas entranhas, Mexia o meu corpo inteiro, Não me sentia estranha.
Meu coração era um surdo, Meu sangue pulsava maneiro. O samba eu dizia no pé, Com as mãos eu tocava pandeiro.
Criloura, criloura No meu desenvolvimento, Fui entendendo a questão, No samba não havia tormento, Abria o meu coração.
Diziam que eu era louca, Que vivia em fantasia, Uma loura mesclada de negra, Precisava de terapia.
Quem tem Chico,Caetano e Djavan, Precisa de Freud, Jung ou Lacan? Assumi minha identidade, Sem muita psicologia, Apresento-me como criloura (minha), Minha maior alegria! Criloura,criloura...
Compositores: Daniel Antonio Soares (Daniel Ansor) (SOCINPRO), Tereza Cristina S. ErthalECAD verificado obra #4882418 em 16/Mai/2024 com dados da UBEM