Um estudante a caminho da escola Parou quando ouviu uma discussão Onde um lixeiro era humilhado Com palavras tristes de baixo calão
Porque o pobre homem ao coletar o lixo Respingou sujeira sobre o carrão O dono do carro, bruto e desumano Estava ameaçando o pobre ancião
O estudante tirou da sacola Os livros da escola, colocou no chão Com ar de bravura e mãos na cintura Chegou no pedaço e comprou a questão
E já foi dizendo ao dono do carro Cadê seu amor pelo seu irmão? Pare de ameaças, fique por aí Já falou demais sem muita razão
Quando o dia nasce ele aparece Com a roupa suja de lixo do chão Porém sua alma é limpa e pura Nesta vida dura ele ganha o pão
Agora você é bem diferente Nem parece gente, nem tem coração E a sua alma deve ser imunda Pior que a sujeira que está no latão
O dono do carro se viu sem saída E louco da vida virou valentão O estudante tirando a camisa Disse, você precisa de outra lição
O almofadinha se viu enrolado Todo desarmado diante de um leão Sem dizer mais nada entrou no seu carro E em disparada virou o quarteirão
O velho chorando abraçou o estudante Não tenho palavras pra lhe agradecer Porém gostaria que então me dissesse Onde é que tu moras e quem é você
Se o senhor não sabe estou estudando Dentro de alguns meses já serei doutor Mas quando pequeno eu perdi meus pais Numa casa pobre encontrei calor
E lá fui crescendo estudando e aprendendo Gozando e sofrendo, mas com muito amor E trago no peito a vontade louca De dar o conforto a quem me criou
Agora estou indo e perdendo hora Mas lhe digo ainda, caro companheiro Eu serei doutor, com orgulho eu digo Sou filho adotivo de um velho lixeiro
Compositores: Manoel Cervan Vidal (Manoel Moreno) (SICAM), Miguel Cervan Vidal (Miguel Vidal) (SICAM)Editor: Peermusic do Brasil (UBC)Publicado em 2014 (20/Mar) e lançado em 2013 (10/Fev)ECAD verificado obra #30140 e fonograma #5745365 em 27/Out/2024 com dados da UBEM