Na dor, no sal, fiz um carnaval Do santo tirei meu canto O tempo espantou a dor, virou canção.
No céu, no mar, em qualquer lugar Até onde a vista alcança, O tempo avança, senhor da imensidão.
O temporal foi como um sinal Do escuro, lá do futuro Parece não ter saída, eu vou pro fim.
A luz no breu foi quem me acendeu na brecha lancei a flecha A vida, quem sabe, vai sorrir pra mim.
Do mar, do cais naveguei a paz Da ponte fiz minha fonte O tempo foi temperando o caminhar.
Do mais comum, como qualquer um Ao raro mais puro e claro: O tempo não perde a vez, não vai parar.
A intuição, minha direção A meta, essa estrada reta Qualquer caminho, é caminho que se quer.
A mente esperta, alma aberta E o bom senso, um caminho imenso A vida vai lapidando o que vier.
Domar o medo, morder a chance O alcance do olho do lince É certo, o tempo não espera por ninguém.
Deitar o ódio, calar o pranto O encanto em cada momento. O tempo não perde tempo, vai além.
E descobrir, e desmascarar O medo, qualquer segredo Viver é curiosidade, é paixão.
A água bate na rocha bruta Eu fito, pó de granito E o tempo marcando as horas da ilusão.
A vida nos desafia É dura, é cura pra nossa ira O mundo à beira do caos, assustador.
Mover montanhas, roer impérios Mistérios, martírios? Mas vale mais é fazer uma canção de amor.
Na dor, no sal, fiz um carnaval Do santo tirei meu canto O tempo espantou a dor, virou canção de amor.
Compositor: Francis Hime / LeninePublicado em 2015 (29/Jun) e lançado em 2003 (01/Jun)ECAD verificado fonograma #11598168 em 15/Abr/2024 com dados da UBEM