Não sou analfabeto Não tenho médio completo Não tenho diploma e nem endereço certo Uns teto, vegeto, meu dente ta doendo Mas sei que não impede que eu pare em algum momento Piso na hipocrisia, piso na falsidade Salve pros amigos Salve pros de verdade Que me fazem ver o quanto é bom ter Alguém pra tu contar e alguém pra contar com você Me perco nas madruga Só me acho de manhã Entre bargas e murrugas, rugas talvez amanhã Minha mãe me incomoda Sei que ela só quer o meu bem Aos olhos da coroa, sempre seremos neném Acendo um cigarro, sei que ele vai me matar Mas mato ele primeiro E os outros que vim tentar Vamos lá, nós tamo aqui Pra lutar e reagir Pra juntar e progredir Mas sem dó que eu aprendi
Já que cantar rap Não vai fazer eu rico Vou arranjar um tempo bom E rimar vai ser o meu pico Eu me dedico Que ame eu to na briga Mas você sabe Só amor não enche barriga Sustento o lar na batalha cotidiana Dinheiro é consumo E consumo é grana Tem que correr atrás pra ver se vira solução O problema é que quando você pega Ele foge da sua mão Dos recame e publicidade Te aperta Perdedores fazendo tu comprar pra atingir a meta Que volta pro patrão todo esse resultado Somos escravos Só que agora remunerados
Apenas o meu jeito do gueto O orgulho ta no peito Não vem botar defeito Tem que correr direito Caminho ta estreito Não é qualquer sujeito Que chega e impõe respeito Pobre quer dinheiro e se não quer é metido Igual tarado vem falar "hoje não quero vagina" Então me diz quem é, qual é O mané que não quer ter mulher, chalé O que quiser Se não quer, malandro não se queixa Quando me ver na sexta abraçado no gueixa Nóia e paranoia no mesmo compasso É muita qualidade pra muito pouco espaço
Eu vejo pessoas, lugares Procuro amor e verdade Mas não encontro mais em seus olhares A esperança ta escassa, hoje eu vejo Mulheres que valem menos que um copo de cachaça São como ex escravos que julgam pela aparência Não se ligaram que vieram rotulados Associam felicidades a bens materiais Mas embaixo das roupas, todos somos iguais Manipulados a mais de mil Servem como massa de manobra Não me cobra e nem me tira pra teste Sou tipo um poeta Vadio ao som do vinil Que desdobra e faço a obra Sou tipo cabra da peste Desperço, se você não gosta dos diferentes Ao contrário vejo as coisas de um angulo inverso Vou resgatar os que tão submerso Entrarei nos corações mesmo que sejam de concreto
Furia da rima, quando se junta a guriazada dá nisso tá ligado? Mais um rap nos fones de ouvido
Composição: Nego Estrela / Curuman / Pisca / Mr Rato