Mais uma dose É claro que eu tô afim A noite nunca tem fim Porquê que a gente é assim?
Aí! Garçom! Traz aqui pra mim Mais uma dose, "é claro que eu tô afim" Tin tin! Como diz o ditado: "A noite é uma criança", mas eu é que tô sempre mamado É mel na chupeta, pinga na chupeta, cerva na chupeta, vinho na chupeta Uísque na chupeta, mamãe eu quero mamar Dá a chupeta pro neném não chorar! Eu quero áaalcoool! Pode encher a taça Nem quero saber se é champanhe ou cachaça Passa pra cá! Passa o goró E deixa eu virar num gole só! ... Foi mal, pô Num tô legal Tô com muito sangue no meu álcool Daqui a pouco vou parar num hospital para tomar injeção de glicose E depois vou acabar num caixão com cirrose Mas por enquanto eu quero mais uma dose
Mais uma dose É claro que eu tô afim A noite nunca tem fim Porquê que a gente é assim?
Quando eu tô triste eu bebo pra esquecer Quando eu tô feliz eu bebo pra comemorar Quando eu não tenho motivo pra beber Eu encho a cara de bebida até vomitar "Você pensa que cachaça é água, vacilão? Cachaça não é água..." Não! Nem me fale em água filtrada nem água mineral Que se eu bebo um troço desse eu passo mal Água pra mim só se for aguardente Até pra tomar banho ou escovar os dentes Sem bebida a vida não presta Se tem festa eu sou o chato e se tá chato eu sou a festa Eu num como ninguém, mas eu bebo bem Da número um à número dez, à número cem, à número mil!! "Eu sou da turma do funil!" Bebo até cair mas depois me levanto Abro mais uma e dou um gole pro santo A birita é sagrada pra minha religião A dieta equilibrada é um copo em cada mão "Uma cervejinha pra abrir o apetite e mais um chopinho acompanhando a refeição Depois a caipirinha pra tomar de sobremesa e só um licorzinho pra fazer a digestão E agora? Vamô embora?" - Num fala besteira! Garçom, a saideira!
Mais uma dose É claro que eu tô afim A noite nunca tem fim Porquê que a gente é assim?
Ai... Que ressaca! Minha cabeça tá doendo paca Eu não passo de um babaca Corpo podre, mente fraca, que psicose! Ontem entrei no tapa só por causa de uma dose Que onda errada! No fim do mês ainda tenho aquela conta pendurada lá no bar Vou ter que deixar a metade do salário Na olimpíada do copo eu sou o primeiro voluntário. Comigo é páreo duro, eu engulo qualquer mistura Quanto eu tô duro serve até cachaça pura Loucura? Não. Doença, cara! Eu nem me lembro como ontem eu cheguei em casa Só sei que eu acordei com uma baranga do meu lado e lembrei que a minha mina já tinha me abandonado Ih! Que dia é hoje? Hoje é segunda! Ah, mas no trabalho eu já levei um pé na bunda E eu continuo me afogando nessa poça de álcool só que a poça tá ficando muito funda!
Compositor: Pensador/frejat/rodrigo/guto/peninha/fernando/tiagoPublicado em 1997 (01/Ago)ECAD verificado fonograma #24847 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM