Naquele estradão deserto Uma boiada descia Pras bandas do Araguaia Pra fazer a travessia
O capataz era um velho De muita sabedoria As ordens eram severas E a peonada obedecia
O ponteiro, moço novo Muito desembaraçado Mas era a primeira viagem Que fazia nesses lados
Não conhecia os tormentos Do Araguaia afamado Não sabia que as piranhas Era um perigo danado
Ao chegarem na barranca Disse o velho boiadeiro Derrubamos um boi n'água Deu a ordem ao ponteiro
Enquanto as piranhas comem Temos que passar ligeiro Toque logo esse boi velho Que vale pouco dinheiro
Era um boi de aspas grandes Já roído pelos anos O coitado não sabia Do seu destino tirano
Sangrando por ferroadas No Araguaia foi entrando As piranhas vieram loucas E o boi foram devorando
Enquanto o pobre boi velho Ia sendo devorado A boiada foi nadando E saiu do outro lado
Naquelas verdes pastagens Tudo estava sossegado Disse o velho ao ponteiro Pode ficar descansado
O ponteiro revoltado Disse, que barbaridade Sacrificar um boi velho Pra que essa crueldade?
Respondeu o boiadeiro Aprenda esta verdade Que Jesus também morreu Pra salvar a humanidade
Compositores: Dino Franco, Décio dos SantosPublicado em 1999 (14/Jun) e lançado em 1999 (01/Jun)ECAD verificado fonograma #469093 em 28/Out/2024 com dados da UBEM