Jorge Coelho
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A "tali" Baguinha

Jorge Coelho


A “TALI” BAGUINHA

TOCA PRA CASA LINDALVA
EU TOU DOIDO PRA TE MOSTRAR
COM QUANTOS PAUS SE FAZ A CANOA
TU NÃO PERDES POR ESPERAR
CONTEI NOS DEDOS OS DIAS
EU NÃO VIA ESSA HORA CHEGAR
VAI SAIR O CARRO DAS DEZ
É MELHOR A GENTE APRESSAR

A CIDADE AINDA COMENTA
FAZ ESCÁRNIO ATÉ DO MEU NOME:
O COITADO JÁ NÃO COMPARECE
BOM SE ELA ARRUMASSE OUTRO HOMEM
EU SEI QUE A COISA ANDOU PRETA
QUE O MEU FAROL TEVE BAIXO
MAS NÃO ERA DO TEU DIREITO
ARRASTAR AS ASAS PRUM CACHO

NÃO EXISTE NADA MELHOR
QUE UM DIA DEPOIS DO OUTRO
JÁ TOMEI A “TALI” BAGUINHA
AGORA EU ESTOU QUE É UM BROTO
COISA BOA ESSE TAL DE “AZULÃO
FAZ EFEITO ATÉ NUM SEGUNDO
PREGA FOGO NA VEIA DA GENTE
E DESPERTA O “VÉIO” MORIBUNDO

NA CAMA VIREI UM DEMÔNIO
NEM PRECISO DE MUITA SORTE
É FRANGUINHO ASSADO, REPOLHO
FAÇO ATÉ O GLOBO DA MORTE
SE “QUES” PROVAR DO QUE EU DIGO
RESPIRA FUNDO E ME AGARRA
E FAZ DESSE BOI
OBJETO DA TUA FARRA

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