Seu dotô, num leve a mal! Num sô mal agradecido Mas preciso devolvê O presente recebido Qui só causô confusão Essa tar? tulevisão? Eita, caixote inxirido!
Meus minino, coitadinho Já num come mais marmita! Só querem Eme Cê Donáud A mãe deles fica aflita Maqui xique, maqui fixe Maqui o diacho todo, vixe! Má qui coisa esquisita!
Tem um tar de videogâmi Um que tem uns? plei? no nome? Que deixa os minino doido Só param quando a luz some! Tem uns bicho dos inferno! Uns barulho tão muderno De dá medo em Lubisômi!
Inté mermo minha mulé Sempre tão respeitadera Quis quebrá o pau cumigo Por causo de uma besteira Porque viu esta manhã Um tar Jorge Foremã Vendeno uma frigideira!
A minha filha mais velha O sinhô veja se isso pode! Disse qui qué viajá! Quando eu nego, se sacode! Qué ir prus Rio de Janeiro Diz qui vai ganhá dinheiro Com um tar um big bródi!
Minha sogra, na cozinha Cada dia inventa um prato Só num faz tripa de bode Num faz bucho nem faz fato Só cumida da istrangêra De uma lôra faladêra E de um papagaio chato!
Um dia, eu pensei cumigo Pra qui toda essa agonia? Só por causo de um caixote Que só mostra fantasia? Resolvi sentá um pouco Mermo achando qui era louco! Mas pra vê se entendia?
E o qui eu vi me fez tremê? Seu dotô, eu nem te conto! Foi tanta barbaridade Qui eu quase qui fico tonto! E ói qui eu sô macho que só! Nunca dei ponto sem nó E nem nó fora do ponto!
Vi uns homi bem vestido Remexendo as duas mão Dizendo qui era pastor Mas num vi as cabra não! Apontava lá pra Cruz Se diziam de Jesus Mas só falavam no Cão!
Retrato Falado
Eu conheço aquele paraíba, eu já conheço Esse paraíba que não larga o osso Que banca o esperto, e sempre almoço E no final inventa uma barata na sopa
Tou na cola desse paraíba maconheiro Esse paraíba é um que cospe grosso Que bate perna mais noves fora Paraíba faz as coisas tudo nas cocha
Você já cruzou com um Paraíba, com certeza Esse par é a cara desse outro Que bate prego, que perde a hora Todo paraíba tem um pente no bolso
Paraíba é cabra, não é gente, eu sinto cheiro Essa gente a gente a gente reconhece é na roupa Que troca a perna, engole cobra Paraíba de verdade nem tem pescoço