Da rua que não é pintura Que não tem ponto de fuga Ladrilhada com crianças de brilhantes Qual diamantes no meio fio
O pátio do colégio Fez da calçada berço O asfalto lambe os beiços No vão de papelão dos que pariu
A casa praça, telhado céu Um deslugar para chamar de seu lar Viver a deus dará, lá no quintal da Sé É de perder a fé
Sem tato, sem teto, sem tipo Sono breve chapiscado pelo brilho Da lua piscando verde, amarelo, vermelho Sangue latino
Ferve de manhã Quando o Sol despertador Bate na cara
Ao som do toque de recolher Latinha, garrafa, papel Pra sobreviver
Matando a sede na enchente Recreação no logradouro Sem endereço
Ao som do toque de recolher Refugiados do recôndito Sp Contrariando a inexistência Os meninos da rua Paulo Ainda são
Se essa rua, se essa rua fosse minha Eu mandava, eu mandava costurar Com as linhas, com as linhas de barbante Para o meu amor deitar
Compositores: Sinuhe Laurenti Preto (UBC), Thiago Luiz de Carvalho Lima (Lucali) (UBC)Publicado em 2020 (21/Jan) e lançado em 2019 (06/Dez)ECAD verificado obra #24171987 e fonograma #20000795 em 23/Abr/2024 com dados da UBEM