Estrada velha pelo tempo esburacada velha herança retratada da lida que longe vai Por quantas vezes eu passei com a peonada em manhãs tão orvalhada ao lado do velho pai Estrada velha ladeada de barrancos hoje os meus cabelos brancos lembram a vida passada Até parece que eu ouço a todo instante o repique de um berrante num estouro de boiada
Ei boi, eia... caminha lento passo a passo pela estrada Ei boi, eia... quanta saudade do aboio da peonada
Estrada velha quando o vento está soprando vejo a poeira levantando e já começo a imaginar Uma boiada que de longe vem chegando e alguém vem me chamando pra com ele viajar Estrada velha só me resta o passado o teu leito empoeirado e já cansado de esperar Ouvir de novo o berrantear de um boiadeiro pra chamar os companheiros que não podem mais voltar
Estrada velha o meu pai já foi embora para onde qualquer hora eu também tenho que ir Mas vou deixar por testemunho um só pedido como derradeiro abrigo tua terra a me cobrir Estrada velha meu pedaço de lembrança me perdoe a insegurança desta lagrima chorada Não tenho muito pra deixar na despedida mas te deixo minha vida como herança velha estrada
Compositores: Aparecido Marques dos Santos (Maracai), Joao Miguel Marques de Medeiros (Joel Marques) ECAD: Obra #30305