A canga do meu destino é tão pesada Que mal estou aguentando pra carregar Puxando um carro pesado cheio de mágoa Esperando minha hora pra descansar
Que nem um boi já cansado pelo trabalho E no final da jornada está chegando Nos grotões da minha vida vivo sofrendo Com o ferrão da saudade me torturando
As poeiras das lembranças do meu passado Pousaram nos verdes ramos da esperança Esperanças que ficaram pelos caminhos Dos sonhos que me embalaram desde criança
No banhado dos meus olhos o pranto nasce Como as águas de uma fonte que vem do chão No carro do pensamento eu vou tentando Carrear as minhas mágoas do coração
Comparando a minha vida com boi de carro É que quando eu morrer serei sepultado Enquanto o pobre do boi esperando a vez De ser vendido à peso lá no mercado
Mas no resto nossas vidas são sempre iguais Cumprimos nossa tarefa, nossa missão O boi carregando a canga que é de madeira Enquanto eu carrego a canga da solidão
A canga do meu destino é tão pesada
Compositores: Marcos Candido Leal (Marcos Violeiro), Jose Wilson de Oliveira (J. Wilson) ECAD: Obra #1071824 Fonograma #600417