Virgínia, Bate ponto nos contos de fada E as fadas de saias apertadas dançam na calçada Inocência adulterada Nas esquinas encantadas, maquiagem carregada O cliente tem razão; não é "bicho-papão" Rosas tem espinhos pra enganar o coração Sorrisos de criança em confortavel ilusão
Virginia, a rua esta lhe ensinando a viver Virginia, tem hora marcada pra se vender Virginia, não deu tempo nem de crescer Seu olhar aparente não é inocente Na vida se vende pra sobreviver
Prostituta ou então garota de programa Se reveza entre berços e camas redondas Mas precisa e lança Seu olhar, o flerte, sorrisos com dentes de leite E a fruta verde esborra a sede Agora peitos e poses e pêlos e cores no cabelo E caras e bocas, paladares, rapazes e cenas no espelho Escorre o suco vermelho, e o segredo? O segredo não é segredo mais
Virginia, a rua esta lhe ensinando a viver Virginia, tem hora marcada pra se vender Virginia, não deu tempo nem de crescer Seu olhar aparente não é inocente Na vida se vende pra sobreviver
Tudo começou quando era pequeninha E seu padrasto mandava abaixar a calçinha E fazia sua festinha particular Virginiia começou a se revoltar O trauma invade a alma e cala o olhar Cade "minina"? Foi passear no bosque e o seu lobo não vem mais pegar Cade "minina"? Foi pra esquina e conheceu outras meninas Alcool, Craque, Cola e Cocaina Cresce e aparece na vitrine Cade "minina"? Agora adulta a velha prostituta desgastada Disputa a calçada que ja foi sua Com novas Virginias pois a produção continua Até a filha de Virginia esta nas ruas nua No registro: "Pai desconhecido" E o dinheiro que ela ganha é pra alimentar o vício de sua mãe "Puta" viciada, com a cara enrrugada Mas seu nome ainda ronda pela madrugada
Virginia, a rua esta lhe ensinando a viver Virginia, tem hora marcada pra se vender Virginia, não deu tempo nem de crescer Seu olhar aparente não é inocente Na vida se vende pra sobreviver