Uma bala por detrás do mato

Tirou o sangue de Medgar Evers

Um dedo disparou o gatilho ao nome dele

Uma alça escondida no escuro

Uma mão ajustou a faísca

Atrás do cérebro de um homem

Mas ele não pode ser culpado

Ele é só um peão no jogo deles

Os políticos do Sul pregam

ao pobre homem branco

Você tem mais do que os negros, não reclame

Você é melhor que eles

Você nasceu com pele branca, eles explicam

E o nome do negro

É usado obviamente

Para o lucro do político

Enquanto ele alcança a fama

E o pobre branco permanece

No vagão do trem

Mas não é culpa dele

Ele é só um peão no jogo deles

O deputado, xerifes, os soldados

Os governadores são pagos

E os marechais e policiais obtêm o mesmo

Mas o pobre homem branco usado

Nas mãos da lei como uma ferramenta

Ele é ensinado na sua escola

Desde o começo pela regra

Que as leis estão com ele

Para proteger sua pele branca

Para manter seu ódio

Então ele nunca pensa em linha reta

Sobre a forma em que ele está

Mas não é culpa dele

Ele é só um peão no jogo deles

Dos barracos da pobreza

Ele enxerga os trilhos pelas frestas

E a batida das patas ecoa na sua mente

Ele é ensinado como andar em grupo

A atirar pelas costas

Com seu punho numa corda

Para enforcar e linchar

Para esconder sob o capô

Para matar sem dó

Como um cão numa corrente

Ele não tem nome

Mas ele não tem culpa

Ele é só um peão no jogo deles

Hoje Medgar Evers foi enterrado

Pela bala que o pegou

Eles o enterraram como um rei

Mas quando o sol sombrio se por sobre aquele

Que disparou a arma

Ele verá do seu túmulo

Na lápide que resta

Talhado ao lado do seu nome

Seu epitáfio explicando

Apenas um peão no jogo deles