Jay-Z - Magna Carta...Holy Grail
Se o mundo do rap fosse um sistema político o seu chefe de estado se chamaria Jay Z e o líder de governo seria Kanye West. Brincadeiras a parte, o fato é que eles dois são os atualmente os responsáveis por empurrar o hip hop para frente e dos raros a conseguir chamar a atenção também de fãs de pop, rock e black music em geral, cada um a sua maneira.
Kanye West pode até não ser um grande rapper tecnicamente falando, mas tem muito talento para buscar novas soluções sonoras em um terreno pra lá de saturado.
Já Jay Z é imbatível no flow. A quantidade de frases e jogos de palavras que ele consegue disparar em seus raps - que muitas vezes são criados no momento da gravação - é de tirar o fôlego.
Também não deve ser considerada coincidência o fato deles dois terem lançado seus mais novos álbuns com algumas poucas semanas de diferença e meio que de supetão.
"Magna Carta...Holy Grail" pode não ter o mesmo nível de clássicos como "The Blueprint" (2001), mas ainda assim ele brilha no cenário de 2013.
Afinal a verve dele segue afiada, a produção é de primeiríssima (Timbaland com quem ele havia se estranhado, está de volta), os beats e samples surpreendem e ele ainda pôde contar com as participações de sua mulher Beyoncé e de Justin Timberlake em algumas faixas.
Com tudo isso, a estreia do álbum no topo da parada americana era até previsível - e olha que a publicação não contabilizou as milhões de cópias que foram distribuídas gratuitamente por uma empresa de celulares. O disco também estreou no primeiro lugar na Grã-Bretanha, a primeira vez em que ele conseguiu tal feito por lá.
Ouça "Holy Grail (Feat. Justin Timberlake)" com Jay-Z do álbum Magna Carta...Holy Grail
Pet Shop Boys - Electric
Este álbum é uma grata surpresa. Não que os Pet Shop Boys estivessem lançando discos abaixo do seu padrão de qualidade - longe disso. Mas fazia tempo que um álbum deles realmente não deixava seus fãs e a imprensa tão impressionados.
"Electric" tem tudo o que se espera de um disco deles: a melancolia na voz de Neil Tennant, as covers bem sacadas e surpreendentes - desta vez a escolhida foi "Last To Die uma canção da safra mais recente de Bruce Springsteen - e a mistura exata entre o pop e o experimental.
Apesar da produção moderna, o resultado final é puro PSB em um disco que alegrará fãs antigos e novatos.
Ouça "Axis" com os Pet Shop Boys presente no álbum "Electric"
Robin Thicke - Blurred Lines
O sucesso arrasador que Robin Thicke está fazendo, é uma bela prova de que é possível se reerguer no mundo da música pop. Afinal não é muito comum vermos um artista atingindo o seu auge artístico e comercial aos 35 anos e em seu sexto álbum. Ainda mais quando o anterior não fez muito sucesso.
Mas é exatamente isso o que acontece nesse momento com Robin Thicke, que veio de um disco pouco ouvido lançado em 2011 para se tornar o único nome, além do Daft punk a vender mais de 1 milhão de cópias de um single na Grã-Bretanha em 2013.
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A vida de Thicke seguramente irá se dividir entre antes e depois de "Blurred Lines", a canção que se tornou um dos maiores hits do ano. Se você curtiu a faixa, a boa notícia é que o álbum mantém o mesmo nível, em sua mistura bem feita e esperta entre a música de ontem e a de hoje.Robin Thicke tem raízes na soul music e mais ainda no pop praticado por Prince nos anos 80 - a mania de trocar "You" por "U" ou "For" por "4" nos títulos
das músicas NÃO é mera coincidência. Ao juntar suas influências mais clássicas, com uma produção contemporânea, o cantor conseguiu criar um trabalho que consegue atingir tanto a garotada quanto os mais adultos.
É claro que essa é uma estratégia de risco - não são poucos os artistas que ao fazer isso acabam sem agradar ninguém. Felizmente dessa sina Robin Thicke está livre. Bom para ele e também para nós, os fãs de música pop bem feita.
Ouça "Blurred Lines com Robin Thicke presente no álbum de mesmo nome
Sarah Bareilles - The Blessed Unrest
Após três anos sem lançar um novo álbum, a cantora e pianista Sarah Bareilles volta com este que é o seu quarto trabalho de estúdio.
"Bastante elogiado pela crítica, o disco tem baladas que trazem o piano tocado pela cantora para a frente, e mais um punhado de canções de levada mais pop. Em ambos os casos ela não se importa em fazer uso de instrumentação eletrônica, criando um efeito interessante especialmente nas faixas mais lentas.
Ainda assim é preciso dizer que Sarah brilha mais nas faixas mais orgânicas, como na bela "1000 Times".
Praticamente todo composto pela cantora - uma das raras exceções é o single "Brave" co-escrito com Jack Antonoff do fun. - o disco é muito bem feito e com potencial de agradar a vários tipos de ouvintes. Vale a pena conferi-lo.
Ouça "Brave" presente no álbum "The Blessed Unrest"
Cody Simpson - Surfers Paradise
O especial desta semana é encerrado com o segundo álbum deste australiano que apesar do só ter 16 anos, não pode ser chamado de novato - ele canta profissionalmente desde os 12.
O jovem também não foge do estereótipo australiano/boa pinta/surfista, como a capa do disco já entrega, mas o trabalho dele é bastante simpático. Com apenas oito faixas "Surfers Paradise" é um disco curto e gostoso de ouvir, especialmente para quem gosta de música pop radiofônica.
Entre faixas mais dançantes e boas baladas, o álbum também conta com a participação especial de Ziggy Marley na faixa "Love".
Ouça "Summertime Of Our Lives" com Cody Simpson do álbum "Surfers Paradise"