Depois de muita ansiedade e unhas roídas, os fãs de Adele podem finalmente se deleitar com o novo disco da cantora, "25", disponível oficialmente a partir de hoje (20).
Agora com 27 anos, mãe e em um relacionamento amoroso estável, a britânica deixou um pouco de lado a melancolia e remorsos de seus antigos desamores que serviram de tema para o disco anterior e apostou em canções mais vibrantes e até mesmo dançantes.
Outra coisa que a cantora fez questão de deixar para trás foi a enorme pressão para manter o sucesso do fenômeno de vendas "21". "Não sou arrogante. Não sou ingênua. Algumas pessoas me disseram: 'Você vai vender pelo menos metade do que vendeu antes'. Mas acho que nada é 100% certo. Não se sabe", declarou a estrela ao jornal The Guardian.
Apesar de manter-se realista quanto às expectativas, Adele não tem como ignorar o poder de sua fama. Somente com o carro-chefe "Hello" ela já quebrou inúmeros recordes, sem contar que a música permanece em primeiro lugar nas principais paradas mundo afora desde o lançamento há três semanas.
"25" foi criteriosamente produzido pela inglesa ao longo dos últimos anos e durante o processo vários nomes de peso estiveram com ela no estúdio. Entre os que conseguiram emplacar na versão final do disco estão Max Martin e Shellback ("I Knew You Were Trouble" de Taylor Swift), Ryan Tedder do OneRepublic, Bruno Mars e o novato Tobias Jesso Jr. Já entre os "rejeitados" por ela estão Phil Collins, Damon Albarn e Sia, com quem Adele disse ter amado colaborar, mas a canção acabou destoando do que ela tinha em mente para o trabalho.
O single que introduz o disco "25" ao público é a poderosa balada "Hello", composta em parceria com Greg Kurstin. A faixa, cuja letra fala sobre superar um romance que não deu certo e seguir em frente de bem com a pessoa, levou muitos a acreditarem que a cantora seguiria com a fórmula de "21". Apesar da impressão, a diva explicou que a música não é sobre se reconciliar com nenhum namorado, mas sim com ela mesma e amadurecer a partir disso.
Mudando completamente a vibe da anterior, "Send My Love (To Your New Lover)" é um dos exemplos de faixa em que Adele se arrisca numa vertente mais pop. Com uma levada dançante, a cantora diz que essa é sua faixa "vá se fo***": um recado ao ex que inspirou seus sucessos anteriores.
A parceria com Paul Epworth, coautor também de "Skyfall", é descrita pela britânica como uma canção que fala de intimidade em seus diversos níveis, desde o sexo até as discussões em que o casal joga "verdades" um na cara do outro.
A colaboração com o canadense em ascensão Tobias Jesso Jr. e produção de Ariel Rechstaid foi inspirada nas baladas românticas dos anos 70 de Elton John e é a faixa preferida da cantora no disco. Segundo ela, a música descreve um grupo de amigos de longa data, na casa dos 50 e poucos anos, que se encontram para reviver as lembranças em conjunto.
Outra balada, porém com levada mais pop, conta com a colaboração de Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic, com quem a cantora trabalhou anteriormente em "Rumour Has It" e "Turning Tables". "Como 'Remedy' é tão boa e eu amo tanto cantá-la, ela me fez entrar no ritmo depois de lidar com tantas dificuldades no processo de gravação", declarou a cantora à revista I-D sobre a faixa inspirada em seu filho Angelo.
A grandiosa e empolgante "Water Under The Bridge" conta com o apoio de um coral para ajudar a estrela a cantar sobre não deixar o amor terminar apesar das dificuldades que todo relacionamento tem.
Seguindo com a temática "água", "River Lea" traz produção de Danger Mouse, conhecido por ser uma das metades do Gnarls Barkley ao lado de CeeLo Green. A canção pode ser considerada uma versão atualizada de "Hometown Glory", cuja letra fala sobre pedir desculpas pelas ações e palavras que não podem ser retiradas.
Mais uma sobre relacionamento amoroso, "Love In The Dark" descreve uma mulher encerrando uma relação em que já não há afinidades entre o casal e que apenas vinha sendo "empurrada com a barriga". Divide a autoria Samuel Dixon, que também atuou como baixista do disco "25".
Com forte inspiração de clássicos românticos latinos, "Million Years Ago" também conta com contribuição de Greg Kurstin, coautor de "Hello". "Essa só entrou no disco no último minuto. É bem crua, bem '19'. Apenas eu com o violão", revelou Adele.
Uma das promessas do disco é a parceria com o trio de produtores The Smeezingtons, composto por Brody Brown, Philip Lawrence e Bruno Mars. "Eu nunca cantei com tanta força antes na minha vida. A coisa mais engraçada é lembrar do Bruno atingindo as mesmas notas no estúdio. Consegue imaginar a diversão que foi para mim e para o Bruno criando ela?", declarou a britânica sobre a colaboração com o astro americano.
A faixa escolhida para encerrar o disco (em sua versão standard) é a empolgante "Sweetest Devotion", mais uma parceria com Paul Epworth. A animada música é mais uma declaração ao verdadeiro amor de sua vida no momento: seu primogênito. "A canção é sobre meu filho. Eu adoro que minha vida agora seja sobre outra pessoa. Uma das coisas que mais me dá medo sobre meu novo álbum é que, pela primeira vez na vida, estou olhando para o futuro, para os próximos 20 anos. Antes era só sobre meus planos de fim de semana", declarou a britânica à revista Time.
Independentemente se "25" manterá ou superará o sucesso do disco anterior, o trabalho deve ser considerado mais um passo na direção certa da carreira da estrela que tem como diferencial, além do talento e incrível voz, a noção de que um artista de verdade deve ser lembrado por suas obras, acima de tudo. "Algumas (músicas) simplesmente não eram boas o bastante. E eu acho que é aí que muitos erram, quando acham que as pessoas vão comprar qualquer porcaria que você lançar", disse a cantora.
