Jeff Buckley - You and I
Afinal, em 1975 seu pai, o igualmente talentoso Tim Buckley morreu vítima de overdose. Apesar de ter vivido cerca de dois anos a mais que Tim, o volume de suas obras difere radicalmente.
Enquanto seu pai deixou nove álbuns, fora o material de arquivo e gravações ao vivo, Jeff só teve tempo de completar um único álbum, o hoje clássico indiscutível "Grace" de 1995 e, influenciar definitivamente as gerações seguintes - Thom Yorke e Chris Martin estão entre os nomes que foram profundamente tocados por sua música.
![Jeff Buckley](https://www.vagalume.com.br/jeff-buckley/images/83972.jpg)
"You and I" foi feito em 1993, pouco depois do cantor ter assinado contrato com a Columbia em uma época em que ele ainda não sabia exatamente que tiopo de artista seria.
Para quebrar o gelo, o produtor Steve Berkowitz o levou para o estúdio e o deixou livre para fazer o que quisesse. Jeff então cantou um punhado de canções que gostava de cantar no Sin-é - a cafeteria onde ele se apresentava regularmente.
![Jeff Buckley letras](https://www.vagalume.com.br/jeff-buckley/images/g28919w185.jpg)
Assim, é fascinante ver o talento dele desabrochando e admirar o seu talento para dar nova vida à canções alheias de fontes tão diversas- não por acaso Berkowitz diz que Jeff era uma espécie de serviço de streaming musical ambulante.
O produtor também diz que nessas sessões foram feitas cerca de 40 gravações, e que essas não são, em absoluto, as únicas que merecem ser lançadas oficialmente. Sendo assim, podemos esperar mais discos com esse tipo de material no futuro.
Ouça Jeff Buckley tocar "I Know It's Over" dos Smiths em faixa presente em "You and I"
Ed Motta - Perpetual Gateways
![Ed Motta](https://www.vagalume.com.br/ed-motta/images/115257.jpg)
"Perpetual Gateways" tem um lado pop e a indefectível influência do Steely Dan e do soulman Donny Hathaway - o cantor que provavelmente mais inspira o músico - mas definitivamente não é um álbum feito para o público daqui fã de seu lado mais dançante.
Para realizar esse trabalho, Motta conseguiu reunir um time invejável de músicos. Entre eles o pianista Greg Phillinganes (que foi diretor musical de Michael Jackson), o baterista Marvin "Smitty" Smith e, uma verdadeira lenda viva da música americana: o flautista Hubert Laws, que embeleza duas canções do álbum.
Obviamente, de nada adiantaria juntar um time desses, se o material a ser apresentado não fosse dos melhores, mas Motta se preparou bem para a tarefa e entregou dez composições mais do que dignas e que abrem espaço para que os músicos brilhem e engrandeçam cada uma dessas músicas.
![Ed Motta](https://www.vagalume.com.br/ed-motta/images/115258.jpg)
Pode-se reclamar de que ele esteja aparentemente muito preocupado com as polêmicas em que vira e mexe se envolve pelas redes sociais ou com os hipsters que agora, assim como ele, bebem vinhos caros, ou gastam fortunas em discos de vinil - mas é no mínimo interessante vê-lo se abrindo desse jeito.
Nesse caso a escolha do inglês para o álbum acaba fazendo muito sentido. Além de ser o idioma jazzístico por natureza, Ed há tempos tem uma carreira estabelecida lá fora ("AOR", o álbum anterior, saiu em edição bilíngue), e o idioma pode, e deve, ajudar o disco a alçar voos maiores no exterior. Ao mesmo tempo a língua pode ter funcionado como um escudo para que ele conseguisse externar seus sentimentos. Independente dessas conjecturas, uma coisa é certa, "Perpetual Gateways" é um belíssimo trabalho, que deve ser lembrado como um dos grandes discos de 2016.
Ouça "Overblown Overweight" com Ed Motta, presente no álbum "Perpetual Gateways"
Brian Fallon - Painkillers
![Brian Fallon](https://www.vagalume.com.br/brian-fallon/images/115232.jpg)
Nesse momento, o grupo está em "hiato por tempo indefinido", e Fallon decidiu lançar seu primeiro disco solo onde segue basicamente a rota de sua banda ao invés de optar por novos caminhos.
Assim, "Painkillers" traz mais uma vez as óbvias influências de Bruce Springsteen e também dos punks do Social Distortion.
![Brian Fallon](https://www.vagalume.com.br/brian-fallon/images/115219.jpg)
Mas fica difícil reclamar de um álbum com tantas canções fortes e, em vários casos, emocionantes e que soa bem melhor que os dois últimos discos de sua banda.
Muitas dessas canções têm potencial para serem hits - podendo inclusive atingir os fãs de bandas como Killers ou Kings Of Leon. Ao mesmo tempo, ele mostra muito talento e maturidade como compositor, o que garante o sucesso com os críticos e faz com que suas canções também agradem a um público já com certa idade.
Ouça "A Wonderful Life" com Brian Fallon presente no álbum "Painkillers"
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