Há exatos 25 anos as lojas de discos dos EUA recebiam dois discos que, não é exagero dizer, mudaram de forma definitiva o cenário musical, a ponto de ainda hoje sentirmos o impacto deles. De um lado o ainda desconhecido Nirvana lançava "Nevermind", seu segundo trabalho, e o primeiro por uma gravadora grande. Do outro, os Red Hot Chili Peppers vieram com "Blood Sugar Sex Magik", o álbum que finalmente fez o quarteto explodir, depois de anos no underground e como banda que "quase chegou lá".
Ambos os discos se tornaram clássicos e ajudaram de forma definitiva na explosão do rock alternativo que se veria nos meses seguintes. Por esse prisma é claro que o CD do Nirvana causou o impacto mais profundo, afinal a reboque dele também se viu uma revolução comportamental e social - com o termo "grunge" passando a fazer parte do cotidiano das pessoas. Tudo isso graças a uma música que conseguia soar acessível sem perder a visceralidade que caracterizava das bandas oitentistas do underground americano.
Assim, é até engraçado ver que tamanho monolito começou sua escalada no top 200 da Billboard, no dia 12 de outubro, em uma modestíssima 144ª colocação. Mas aqueles eram outros tempos, quando muitos discos não tinham o seu futuro decidido em sua semana de lançamento.
Assim, enquanto as rádios e, principalmente, A MTV martelavam o clipe de "Smells Like Teen Spirit", o álbum começou a vender mais e mais, e, finalmente, no dia 11 de janeiro o trio de Seattle chegou ao topo, desbancando Michael Jackson e tornando Kurt Cobain (ao lado) uma espécie de porta voz daquela geração. No mundo todo, estima-se que as vendas do álbum já tenham ultrapassado as 24 milhões de cópias.
Veja o clipe de "Smells Like Teen Spirit"
Os Red Hot Chili Peppers já vinham em uma ascendente, que finalmente se cristalizou com "Blood Sugar". O disco, bastante ambicioso com mais de 70 minutos e abrindo espaço para baladas e faixas mais experimentais, além da mistura de funk, punk e hard rock que os caracterizava, mostrava que o grupo finalmente havia atingido o seu potencial.
Entre os motivos para isso estão a estabilização do guitarrista John Frusciante - que, infelizmente acabou por deixá-los logo depois, ao se ver impossibilitado de lidar com as pressões do megassucesso - e a presença do produtor Rick Rubin.
O barbudão aliás foi outro que se beneficiou demais com o sucesso do disco. Ele que já havia sido fundamental na popularização do rap - com suas produções para Beastie Boys e Run DMC - logo se tornaria um dos profissionais mais respeitados e influentes da indústria musical.
A escalada da banda californiana foi menos dramática. Ela começou no 14° posto, chegando à terceira posição. As vendas mundiais passam dos 13 milhões de cópias.
Ouça "Under The Bridge"
O sucesso desses dois discos, e o destino de alguns de seus principais autores, também mostra as diferença entre o mundo dos anos 90 e o atual. Hoje em dia, não temos mais músicos com medo ou sentimento de culpa por causa do sucesso. Mas naquela época, quando era raríssimo vermos grupos saídos do underground nos primeiros lugares, essa era uma questão a ser trabalhada.
Desnecessário lembrar que menos de três anos depois do lançamento de "Nevermind", Kurt Cobain, àquela altura já entregue por completo ao vício por heroína, estava morto, depois de dar um tiro em sua cabeça.
Os Chili Peppers, que sobreviveram e seguem na ativa ainda lançando discos e lotando estádios, também tiveram problemas com drogas pesadas e, como já dissemos, tiveram que dar adeus ao seu guitarrista em plena turnê.
Sobre os shows também é interessante notar que a história das bandas se cruzaria justamente no Brasil - as duas foram escaladas para se apresentar no Hollywood Rock em janeiro de 1993. Tanto nos shows do Rio quanto no de São Paulo o Nirvana recebeu Flea, o baixista dos RHCP, para uma participação especial. Bem ao estilo da época, ele subiu ao palco não para tocar o seu principal instrumento, mas para fazer um inusitado solo de trompete em "Teen Spirit", que pode ser visto no vídeo abaixo.
Ambos os discos se tornaram clássicos e ajudaram de forma definitiva na explosão do rock alternativo que se veria nos meses seguintes. Por esse prisma é claro que o CD do Nirvana causou o impacto mais profundo, afinal a reboque dele também se viu uma revolução comportamental e social - com o termo "grunge" passando a fazer parte do cotidiano das pessoas. Tudo isso graças a uma música que conseguia soar acessível sem perder a visceralidade que caracterizava das bandas oitentistas do underground americano.
Assim, é até engraçado ver que tamanho monolito começou sua escalada no top 200 da Billboard, no dia 12 de outubro, em uma modestíssima 144ª colocação. Mas aqueles eram outros tempos, quando muitos discos não tinham o seu futuro decidido em sua semana de lançamento.
Assim, enquanto as rádios e, principalmente, A MTV martelavam o clipe de "Smells Like Teen Spirit", o álbum começou a vender mais e mais, e, finalmente, no dia 11 de janeiro o trio de Seattle chegou ao topo, desbancando Michael Jackson e tornando Kurt Cobain (ao lado) uma espécie de porta voz daquela geração. No mundo todo, estima-se que as vendas do álbum já tenham ultrapassado as 24 milhões de cópias.
Veja o clipe de "Smells Like Teen Spirit"
Os Red Hot Chili Peppers já vinham em uma ascendente, que finalmente se cristalizou com "Blood Sugar". O disco, bastante ambicioso com mais de 70 minutos e abrindo espaço para baladas e faixas mais experimentais, além da mistura de funk, punk e hard rock que os caracterizava, mostrava que o grupo finalmente havia atingido o seu potencial.
Entre os motivos para isso estão a estabilização do guitarrista John Frusciante - que, infelizmente acabou por deixá-los logo depois, ao se ver impossibilitado de lidar com as pressões do megassucesso - e a presença do produtor Rick Rubin.
O barbudão aliás foi outro que se beneficiou demais com o sucesso do disco. Ele que já havia sido fundamental na popularização do rap - com suas produções para Beastie Boys e Run DMC - logo se tornaria um dos profissionais mais respeitados e influentes da indústria musical.
A escalada da banda californiana foi menos dramática. Ela começou no 14° posto, chegando à terceira posição. As vendas mundiais passam dos 13 milhões de cópias.
Ouça "Under The Bridge"
O sucesso desses dois discos, e o destino de alguns de seus principais autores, também mostra as diferença entre o mundo dos anos 90 e o atual. Hoje em dia, não temos mais músicos com medo ou sentimento de culpa por causa do sucesso. Mas naquela época, quando era raríssimo vermos grupos saídos do underground nos primeiros lugares, essa era uma questão a ser trabalhada.
Desnecessário lembrar que menos de três anos depois do lançamento de "Nevermind", Kurt Cobain, àquela altura já entregue por completo ao vício por heroína, estava morto, depois de dar um tiro em sua cabeça.
Os Chili Peppers, que sobreviveram e seguem na ativa ainda lançando discos e lotando estádios, também tiveram problemas com drogas pesadas e, como já dissemos, tiveram que dar adeus ao seu guitarrista em plena turnê.
Sobre os shows também é interessante notar que a história das bandas se cruzaria justamente no Brasil - as duas foram escaladas para se apresentar no Hollywood Rock em janeiro de 1993. Tanto nos shows do Rio quanto no de São Paulo o Nirvana recebeu Flea, o baixista dos RHCP, para uma participação especial. Bem ao estilo da época, ele subiu ao palco não para tocar o seu principal instrumento, mas para fazer um inusitado solo de trompete em "Teen Spirit", que pode ser visto no vídeo abaixo.