Há exatos 30 anos, em 21 de março de 1989, as lojas começaram a receber "Like A Prayer", o aguardado novo álbum de Madonna. O trabalho mostrou a cantora em fase mais ousada e amadurecida e, se tornaria o disco pelo qual toda sua obra posterior seria julgada. Não à toa, muitos críticos e fãs consideram esse seu melhor álbum, como também enxergam nele a culminação da primeira fase de sua carreira discográfica que começa com o dançante "Madonna" de 1983, segue com o ultra bem sucedido "Like A Virgin" (1984) e prosseguiu o igualmente forte "True Blue" (1986).
Mas "Like A Prayer" era diferente de todos esses. O leque de influências se mostrou expandido - há o gospel da faixa-título, a homenagem aos girl-groups dos anos 60 em "Cherish", mais acenos à house music, soul, funk e, claro, muito pop além de algumas das baladas mais intensas gravadas por ela. As onze faixas terminando por formar um conjunto diverso e coeso que segue atual.
Daí que nesses 30 anos, é interessante não só relembrar os seus grandes hits (tanto que ele teve seis singles) mas também retornar aos seus momentos menos conhecidos. É aí que se pode escutar a intensa "Oh Father", a deliciosamente pop "Till Death do Us Part", o experimentalismo de "Act Of Contrition", o clima latino de "Spanish Eyes", a ambiciosa e psicodélica "Dear Jessie" e, especialmente "Love Song (feat. Prince)", que marca o encontro dela com Prince - ainda que, verdade seja dita, a faixa, que passa longe do pop radiofônico, ficaria melhor em um disco do artista morto em 2016. São musicas como essas que sustentam o álbum ao lado de "Like A Prayer, "Express Yourself e "Like A Prayer", os singles que definem não só o trabalho, como também uma era de ouro da música pop que não deverá se repetir.
"Like A Prayer" vendeu muito - estima-se em 15 milhões de cópias ao redor do mundo - e fez com que Madonna se tornasse uma das maiores provocadoras da história da música moderna - e olha que ela já vinha quebrando barreiras desde quando surgiu vestida de noiva no VMAs de 1985.
Mas como se esquecer o clipe de "Like A Prayer" que causou escândalo ao mostrá-la beijando um santo negro, em uma mistura explosiva de crítica social, religiosa e comportamental? E a turnê que se segiu para divulgar o disco, a igualmente histórica "Blond Ambition Tour", do ano seguinte, que causou polêmica e histeria por onde passou?
O fato é que não existe cantora pop contemporânea que não tenha sido influenciada, mesmo que de forma distante, por ela, especificamente por essa fase - quantas vezes nas últimas três décadas não vimos artistas apostando na mistura sexo/religião para gerar polêmica?
A carreira de Madonna obviamente não se resume a "Like A Prayer" - nos anos que se seguiram ela surpreenderia bastante, indo ainda mais fundo na quebra de limites (em 1993 ano de "Erotica") e lançando pelo menos mais três grandes discos ("Ray Of Light" de 1998, "Music" de 2001 e "Confessions On A Dance Floor" de 2005), mas "Like A Prayer" segue como um grande marco.
Relembre o álbum
E ouça também a edição especial de 30 anos, lançada hoje, que traz versões remix ou um pouco diferentes de faixas do álbum original e também a obscura "Supernatural", que saiu no lado B de "Cherish".
Mas "Like A Prayer" era diferente de todos esses. O leque de influências se mostrou expandido - há o gospel da faixa-título, a homenagem aos girl-groups dos anos 60 em "Cherish", mais acenos à house music, soul, funk e, claro, muito pop além de algumas das baladas mais intensas gravadas por ela. As onze faixas terminando por formar um conjunto diverso e coeso que segue atual.
Daí que nesses 30 anos, é interessante não só relembrar os seus grandes hits (tanto que ele teve seis singles) mas também retornar aos seus momentos menos conhecidos. É aí que se pode escutar a intensa "Oh Father", a deliciosamente pop "Till Death do Us Part", o experimentalismo de "Act Of Contrition", o clima latino de "Spanish Eyes", a ambiciosa e psicodélica "Dear Jessie" e, especialmente "Love Song (feat. Prince)", que marca o encontro dela com Prince - ainda que, verdade seja dita, a faixa, que passa longe do pop radiofônico, ficaria melhor em um disco do artista morto em 2016. São musicas como essas que sustentam o álbum ao lado de "Like A Prayer, "Express Yourself e "Like A Prayer", os singles que definem não só o trabalho, como também uma era de ouro da música pop que não deverá se repetir.
"Like A Prayer" vendeu muito - estima-se em 15 milhões de cópias ao redor do mundo - e fez com que Madonna se tornasse uma das maiores provocadoras da história da música moderna - e olha que ela já vinha quebrando barreiras desde quando surgiu vestida de noiva no VMAs de 1985.
Mas como se esquecer o clipe de "Like A Prayer" que causou escândalo ao mostrá-la beijando um santo negro, em uma mistura explosiva de crítica social, religiosa e comportamental? E a turnê que se segiu para divulgar o disco, a igualmente histórica "Blond Ambition Tour", do ano seguinte, que causou polêmica e histeria por onde passou?
O fato é que não existe cantora pop contemporânea que não tenha sido influenciada, mesmo que de forma distante, por ela, especificamente por essa fase - quantas vezes nas últimas três décadas não vimos artistas apostando na mistura sexo/religião para gerar polêmica?
A carreira de Madonna obviamente não se resume a "Like A Prayer" - nos anos que se seguiram ela surpreenderia bastante, indo ainda mais fundo na quebra de limites (em 1993 ano de "Erotica") e lançando pelo menos mais três grandes discos ("Ray Of Light" de 1998, "Music" de 2001 e "Confessions On A Dance Floor" de 2005), mas "Like A Prayer" segue como um grande marco.
Relembre o álbum
E ouça também a edição especial de 30 anos, lançada hoje, que traz versões remix ou um pouco diferentes de faixas do álbum original e também a obscura "Supernatural", que saiu no lado B de "Cherish".