Durante o mês de março de 1975, um número grande de discos que ainda hoje são reverenciados, chegaram às lojas. Canções que se tornaram icônicas como "Fame", "Shining Star", "Rock And Roll All Nite", "I'm Not In Love" e "Baby, I Love Your Way", são apenas algumas das que estavam presentes em LPs que chegaram às lojas há 50 anos.

A lista abaixo traz dez destes álbuns. Confira:

"Young Americans" - David Bowie

David Bowie
Em seu nono disco, Bowie abraçou a black music dos EUA em um estilo que ele batizou de "soul plástico". Além da faixa-título. um dos grandes singles da história do rock, o LP também trazia "Fame", uma parceria com John Lennon que se tornou o primeiro número 1 do inglês na parada norte-americana ("Let's Dance", de 1983, foi o segundo e último).

"Young Americans" costuma ser menos celebrado que outros álbuns que Bowie gravou nos anos 70, mas só porque a concorrência, e a quantidade de trabalhos lançados por ele em tão pouco tempo, é enorme.

Mesmo com umas derrapadas, como a cover de "Across The Universe", dos Beatles, "Young Americans" é mais um LP muito acima da média de um artista único.



"That's The Way Of The World" - Earth Wind and Fire

Earth, Wind And Fire
O sexto álbum do EWF transformou-os na maior banda de soul e funk de sua era.

"That's The Way...", primeiro lugar na Billboard, colocou o grupo também no grande mainstream, graças ao single "Shining Star", o único número 1 deles nos EUA. A fórmula para o sucesso? Uma música rica em influências - soul, pop, música latina, jazz entravam na receita - que conseguia equilibrar sofisticação e apelo popular. Ainda em 1975, eles voltariam ao topo da parada com o álbum ao vivo "Gratitude". O LP abriu caminho para outros seis discos de estúdio que ganharam certificados de ouro ou platina nos EUA.



"Dressed To Kill" - Kiss

Kiss
O terceiro disco dos mascarados de Nova Iorque sofreu com os mesmos problemas de produção de seus antecessores - a força do grupo ao vivo não conseguia ser captada nos álbuns. Mas "Dressed To Kill" tinha um trunfo em seus sulcos: um futuro clássico. Foi aqui que o hino "Rock And Roll All Nite" apareceu pela primeira vez.

Na verdade, a versão original não causou muito impacto nas paradas (n° 68 na Billboard, a melhor posição deles até aqui), assim como o álbum.

A história do grupo mudaria cinco meses depois, com o lançamento do álbum "Alive", este sim um merecido sucesso de vendas e marco da era de ouro dos discos "duplo ao vivo". A versão "alive" da música se tornou a definitiva e entrou no top 20 dos EUA.

Voltando a "Dressed To Kill", ele é bastante simpático - "C'mon And Love Me" é das melhores músicas deles, "Room Service" e "Two Timer" são divertidíssimas e "She" é um clássico do hard rock.



"A Quiet Storm" - Smokey Robinson

Smokey Robinson
Um clássico da soul music que merecia ter o mesmo status que outras obras-primas lançadas pela Motown nos anos 70, este álbum saiu quando Smokey já era um veterano.

Com suas sete canções sofisticadas, clima suave e levemente erótico, o terceiro trabalho solo do cantor e compositor acabou inspirando o surgimento de um novo estilo da black music que, não por acaso, foi batizado como "Quiet Storm", a (quase) faixa-título deste LP memorável.




"Blow By Blow" - Jeff Beck

Jeff Beck
O "guitarrista dos guitarristas" já tinha uma longa carreira, mas este é seu primeiro disco solo. "Blow By Blow" abriu uma trilogia de discos instrumentais onde o músico abraçou o jazz fusion.

Com produção de George Martin, o álbum vendeu surpreendentemente bem para um trabalho instrumental (mais de 1 milhão de cópias nos EUA) e se tornou uma bíblia para inúmeros fãs de guitarra. O grande hit foi "Cause We've Ended As Lovers", um belo presente de Stevie Wonder (autor também de "Thelonius") para o músico.



"Katy Lied" - Steely Dan

Steely Dan
Esse disco marcou uma guinada na música dos resi do pop sofisticado dos anos 70. A partir daqui o Dan deixou de ser uma banda com uma formação mais ou menos fixa que saía em turnê para se tornar um projeto exclusivamente de estúdio dos líderes Donald Fagen e Walter Becker - os dois passaram a usar os melhores músicos de estúdio disponíveis para dar vida às suas ideias.

Ainda que não seja tão celebrado quanto outros álbuns deles como "Can't Buy a Thrill", "Countdown To Ecstasy" ou "Aja", "Katy Lied" é outro disco impecável dos norte-americanos.



"The Original Soundtrack" - 10cc

10cc
Formada por quatro músicos extraordinariamente talentosos - todos compunham em diversas interações e também eram produtores - o 10cc foi uma banda muito especial que merece ser mais conhecida para além de seu maior hit. Esse sucesso, claro, é "I'm Not In Love", a peça central deste terceiro disco.

Uma verdadeira aula de produção, a história da criação da faixa é fascinante por si só - basta lembrar que a base da música é feita toda com as vozes dos seus membros gravadas em incontáveis overdubs e "tocadas" na mesa de som.

O esforço foi recompensado, já que a música se tornou um sucesso perene, mas também acabou, injustamente, fazendo sombra ao resto da obra do quarteto, que, dois anos depois, perderia Godley e Creme.



"Frampton" - Peter Frampton

Peter Frampton
Peter Frampton (Foto: Michael Putland)
Assim como aconteceu com "Dressed To Kill", do Kiss, este quarto trabalho do guitarrista inglês não chegou a fazer muito barulho quando saiu - ele não foi além do 36° lugar nos EUA. Porém, o LP também gerou uma turnê que rendeu um álbum ao vivo que explodiu em vendas.

Quatro músicas de "Frampton" reapareceram em "Comes Alive" (1976), um dos álbuns mais vendidos da história, incluindo as eternas "Show Me The Way" e "Baby, I Love Your Way". Se você só conhece essas duas, escute o restante de "Frampton" e surprenda-se.



Straight Shooter" - Bad Company

Bad Company
Segundo álbum do supergrupo que gravava pelo selo do Led Zeppelin e que, finalmente, está sendo considerado para fazer parte do Rock and Roll Hall of Fame.

Disco triplo de platina nos EUA, "Straight Shooter" traz o grande hit "Feel Like Makin' Love" e é daqueles álbuns que fãs de um bom rock dos anos 70 não devem dispensar.



"Go Girl Crazy" - The Dictators

The Dictators
Um tanto esquecido, a estreia desta banda de Nova Iorque é um dos primeiros de um estilo musical que, muito em breve, iria ser chamado de punk rock. A estética trash, o fascínio pelo rock mais inocente dos anos 60 e o bom-humor são os destaques.

A se notar também que esse LP tinha uma cover de "California Sun" dos Rivieras gravada dois anos antes da versão dos Ramones.