Ninguém se cansa de ouvir o som da própria voz Nem que para isso Tenha que se manter sempre acordado Com os pulmões sempre cheios Mesmo que se consiga apenas um latido, um gemido, um guincho
Ninguém se cansa de ouvir o som da própria voz Sem novidade Nenhum consolo ou alívio E até com espanto Causando dor e arrependimento
Ninguém se cansa de ouvir o som da própria voz Que seja um ruído Quase imperceptível Como prova de que se está vivo Percutido de dentro Para preencher o vazio
Ninguém se cansa de ouvir o som da própria voz Mudam os objetos A paisagem, os outros se mudam Mas continua querendo dizer o mesmo Nada se guarda em si Nem silencia
Ninguém se cansa de ouvir o som da própria voz
Compositor: Paulo Roberto de Souza Miklos (Paulo Miklos) ECAD: Obra #1643657 Fonograma #657506