Enquanto eu termino essa guerra

Como muitas outras vezes

Eu queimei essas palavras e sem um motivo

Cuspi para fora as cinzas, você se agarra à felicidade

Esse sutil remorso, eu roubei para mim, é claro

A verdade do espelho é o meu reflexo

Essa desculpa sutil, você é a única culpada

Segredos com os quais você se importa você levará para o túmulo

Sempre me mata ver você resistir à dor

E eu sempre prevejo os mesmos erros

Quando eu destruo esse vidro que reflete o meu rosto

Eu morri essa noite

(quando terminei essa guerra)

E nunca me senti tão vivo

(como muitas outras vezes)

Eu tentei te explicar os meus modos insensíveis

Mas não posso mais justificar que o meu passado era o culpado

Tão metodicamente quanto a mudança das estações

Eu arrancaria o meu exterior e o substituiria com um novo rosto

E a cada vez uma nova cicatriz surgiria para me lembrar

Que já faz vinte e seis invernos e eu ainda não me entreguei

Mas se eu morresse essa noite, na minha carta estaria escrito

Querida você

O meu último suspiro foi em vão

Com carinho,

Eu.

Por vinte e seis invernos

Eu morri naquela noite de dezembro e ainda não consigo me lembrar

(por dezembro)

A sua apatia não passa despercebida

E sinto muito, mas todos vêem através de você

Finalmente cara a cara

E isso finalmente termina hoje

(a sua apatia nunca é percebida)

Hoje eu vou terminar essa guerra como muitas outras vezes

Antes do pôr-do-sol...

Por vinte e seis invernos

Eu morri naquela noite de dezembro e ainda não consigo me lembrar

(por dezembro)

Finalmente cara a cara

(e eu sinto muito)

E isso finalmente termina hoje

(mas eles podem ver através de você)