Rumo
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Banzo

Rumo


E aí, matilde
Como está?
Penso que já está habituada
Não sente mais minha falta?
Não sente?
Eu também não sinto nada
Tô te escrevendo apenas
Por acaso
Ia passando
Vi sua foto
Me deu banzo
Sabe dessas crises
De saudade e nostalgia
Já não tinha isso
Há muitos dias
Escrever procê
Foi uma prova
Se cê pensa que foi fácil
Foi fácil uma ova
Eu fiquei lá durante dias
Mergulhado num dilema
Escrevo, não escrevo
Escrevo, não escrevo
Escrevo!
'té que valeu
A carta ficou boa
Dá procê ver
Que eu sou outra pessoa!
Também eu tava muito alucinado
Né, matilde?
Eu via o seu vulto
Toda noite!
Hoje quando vejo
Já nem ligo
Eu converso com seu vulto
Hoje somos bons amigos
Cê não sabe
Eu estou mais calmo
E totalmente envolvido
Com o trabalho
Já tenho outra menina
Não é linda
Mas já dá pra quebrar o galho
Inda não temos problemas de casal
Tudo que eu faço
Ela ainda acha legal
É que no começo
É assim mesmo
Né, matilde?
É só depois que vira
Um temporal
Enfim, matilde
A minha transa é esta
Você acha que dá certo
Ou cê acha meio besta?
Pode falar
Você só vai 'tar me ajudando
Eu nem 'tou muito empolgado
Aliás já é tempo
De você me contar tudo
Do seu lado
Que que cê faz
Na hora de dormir
Cê pensa em alguém
Por exemplo, pensa em mim?
Pode me dizer com sua franqueza de costume
Não tenho mais nenhum ciúme
E se você já tem outro carinha
Quero que jogue no fogo
Essas mal traçadas linhas!

Compositor: Luiz Augusto de Moraes Tatit (Luiz Tatit)
ECAD: Obra #6660981 Fonograma #3211059

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