Tem dia que eu fico triste Como os ar do mês de agosto Coração fica amarrado E o pranto rola no rosto
Eu que era tão alegre E pra tudo era disposto Hoje vivo aborrecido Pra mais nada tenho gosto Os prazer pra mim morreram Hoje só resta desgosto
Quando escuto dois peito Cantando aduetado De tanto que eu aprecio Chego a sonhar acordado
No espelho da mente eu vejo A terra que eu fui criado Os tempos da mocidade Que sempre será lembrado Que os anos se encarregaram De sepultar no passado
Vejo as noites de luar E as campinas orvalhada As estrelas cintilando No romper da madrugada
Rojão subindo pro ar E as festança animada Os catireiros dançando De bota e espora prateada Eu com a viola no peito Cantando moda dobrada
Vejo os parentes e amigos E meus pais que eu tanto quis Nós ali tudo reunido Naquele mundo feliz
Agora no fim da vida Lembrando tudo que eu fiz A marvada da saudade No peito faz cicatriz Quanto mais quero esquecer Mais ela cria raiz
Nesse mundo de ilusão Aonde a vida é uma estrada A morte é o maior presente Pra quem não espera mais nada
Feliz de quem já venceu Essa longa caminhada Já não sente mais no peito As profundas punhalada Que o punhal da saudade Crava na mente cansada
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Moacyr dos Santos ECAD: Obra #937627 Fonograma #3572654