Laço de couro Trança fina e caprichada Pra pegar boi na invernada Sempre foste absoluto
Pois o progresso Em sua marcha eminente Não criou um concorrente Para seu substituto
Laço de couro Ao te ver enrodilhado Na parede pendurado Me invade a tristeza
Porque me lembro Que em tempos bem distantes Nos transportes dos marchantes Te manejei com destreza
Laço de couro Não que eu era convencido Mas fica envaidecido Vendo seu rodopiar
Caindo certo Na cabeça dum garrote Fazendo virar cambote Para o povo admirar
Laço de couro Quantas vezes na quebrada Qual serpente envenenada Segurando um pantaneiro
Laço de couro O ringido dos seus tentos Era um divertimento Pra este velho boiadeiro
Laço de couro Já venci o meu fadário Mas guardei no relicário Da minha imaginação
Todas as glórias E os prazeres que me destes As jornadas mais agrestes Do meu tempo de peão
Laço de couro Que nunca teve embaraço Manejado pelo braço De um peão forte e ligeiro
Laço de couro Até hoje é aplaudido Pelos peões destemidos Nos rincões do mundo inteiro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Francisco Gottardi (Sulino) (SOCINPRO)Editor: Fortuna (UBC)Publicado em 1981 (04/Dez)ECAD verificado obra #19644 e fonograma #797696 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM