Sou velho Minha raça limita com a dos patriarcas Sou velho Fui ninado pelas parcas E hoje a memória turbada E a língua pesada de nomes e recitações Confundem concílios e ciclos e clãs Com novíssimas rebeliões
Sou velho Minha tribo nasceu do vapor do aguaceiro Sou velho Fui sagrado pelo arqueiro E hoje o silêncio trancado E o sangue pisado por bestas e musas venais Implodem de raiva e de dor no tumulto Vastíssimo dos carnavais
Às vezes um fogo me impele Por dentro e eu lembro Que há tempos não tenho pele que tisne Às vezes eu canto em falsete Mas são mãos do tempo Torcendo meu gasganete de cisne
Sou velho Minha fé recusou dez bezerros de ouro Sou velho Fui alçado pelo touro E hoje a linhagem traída E a força partida nos atos e músculos meus Definham nas cátedras sob o conluio Cultíssimo dos fariseus
Sou velho
Compositor: Thiago Mattos dos Santos Amud (Thiago Amud) (UBC)Editor: Zingareio Music (ABRAMUS)Publicado em 2013 (30/Jun) e lançado em 2013 (15/Nov)ECAD verificado obra #19522016 e fonograma #3286552 em 09/Abr/2024 com dados da UBEM