Rio Preto era um negro Criado na sujeição No gorpe da liberdade Nego virou valentão
Pôs na cinta um bacamarte Do outro lado um facão As donzela e as casada Nego deu perseguição
Foi na casa do Zé Leite Zé Leite não tava lá Achando a muié sozinha Nego pegou a intimar
Não me aceite por visita Que eu não vim lhe visitá Monte aqui na minha garupa Que eu vim é lhe buscá
A muié lhe ofereceu Duas pataca de ouro Só me interessa a senhora Ô muié, deixe de choro
Essa sua formosura Vale mais que um tesouro Se o Zé Leite acha ruim Queimo pórva no seu couro
Zé Leite quando chegou Soube do que acontecia Foi dizê pra sua sogra Vim entregá sua filha
Quem tratou dezoito ano Pode tratar mais um dia Se eu não encontrá Rio Preto Não procuro mais família
Respondeu seus dois cunhado Que mostrava lhe estimá Pode ser no fim do mundo Rio Preto vamo encontrá
O primeiro atira bem O do meio regular O defeito do caçula É todos os tiro não errar
Saíram os três rapaz Vê três onça comedeira Atoparam com Rio Preto No meio da capoeira
Foi na primeira descarga Rio Preto arriou bandeira Tô ferido, rapaziada Tô na hora derradeira
Eu vos peço, José Leite Não me acabe de matá Me leve pro padre Amâncio Que eu quero confessá
A morte de Rio Preto Fez o sertão sossegá Acabou o pesadelo Das família do lugá
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Alceu Mainard Araujo, Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Publicado em 2010 (11/Mar) e lançado em 2004 (30/Jan)ECAD verificado obra #62352 e fonograma #1759034 em 02/Abr/2024 com dados da UBEM