Sou violeiro, sou caboclo do sertão
Nasci na roça eu cresci de pé no chão
Fogão de lenha, piso de chão batido
Cama de pau roliço meu acento era o pilão
Descia o morro na canoa de coqueiro
Molecava o dia inteiro era a minha diversão
Sei dizer se vai chover, se vai ter sol na colheita do feijão
Na lua cheia eu saia pro terreiro
Tinha fama de arteiro mas no fundo não era não
Jogava pedra na caixa de marimbondo
Andava em cavalo em pelo com bigode de carvão
E amarrava palha no rabo do gato
Só pra ver correr no mato era a minha diversão
Sei dizer se vai chover, se vai ter sol na colheita do feijão
Dia de sol eu saia bem cedinho
A puxar ramo no caminho levantando poeirão
Dia de chuva eu fazia um lamaceiro
Deslizando em escorregueiro a me lambuzar no chão
Descia o rio em jangada de madeira até chegar na cachoeira
Era a minha diversão.
Sei dizer se vai chover...