Mata verde e passarinhos
Animais e peixes
A terra tudo oferecia
Era festa todo dia
Hu ha hu ha hi
Homem e mulher dançando
Criança brincando
AnciĂŁo contando histĂłria
Cantoria e alegria
Hu ha hu ha hi
Minha casa era grande, muitas pessoas
Tocar maracá fazia planta nova crescer
Homem chumbo no meu povo
Acertava na cabeça e o coração parava
ĂŤndio caia, eu chorei muito
Homem. Mulher, menino bonito, morrer tudo
Alguns de nĂłs fugimos, escondemos na mata
Lutamos até hoje, lutamos até hoje
O povo vermelho resiste, o povo vermelho resiste
Enquanto houver terra, enquanto houver mata
Depois tudo ficou diferente
Os espĂritos chamados de demĂ´nios
Cada dia menos árvores, animais, histórias, cantoria
Hu ha hu ha hi
Os monstros do progresso continuaram a matar
Com armas, doenças, pregando a sua fé
Ganância e ignorância comandam seus corações
Matavam nossos homens, roubavam nosso saber
Entraram para a histĂłria como herĂłis
O povo vermelho resiste, o povo vermelho resiste
Enquanto houver terra, enquanto houver mata
O povo vermelho resiste, o povo vermelho resiste
Enquanto houver espĂrito, enquanto houver sangue
Tem que contar pra criança aprender
Tem que falar a lĂngua pra cultura nĂŁo morrer
Somos filhos da lua e o sol, a mata Ă© nosso lar
Viemos da terra e pra a terra ei de voltar
Tem que tocar maracá pra cultura não morrer
Tem que ter mata virgem pro espĂrito proteger
Parte do saber continua, espĂritos resistem
Até os invasores precisam da terra
Sem ela não há vida, sem ela não há harmonia
A grande mĂŁe está morrendo e os espĂritos estĂŁo furiosos