Joca Martins

Desgarrados

Joca Martins


Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E sĂŁo pingentes das avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histĂłrias
E entĂŁo sĂŁo tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe Ă© perto, o que vale Ă© o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais serĂĄ

Cevavam mate, sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

Jogo do osso, cana de espera e o pĂŁo de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe Ă© perto, o que vale Ă© o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais serĂĄ
Compositores: Mario Barbara Dornelles (Mario Barbara) (ABRAMUS), Sergio Napp (ABRAMUS)Editor: Warner (UBC)Publicado em 2008 (24/Jan) e lançado em 2000 (01/Dez)ECAD verificado obra #65592 e fonograma #1315219 em 12/Abr/2024 com dados da UBEM

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