Kléber Albuquerque
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A Ópera do Rinoceronte

Kléber Albuquerque


Hoje ninguém me segura
Hoje mereço a mirra, o incenso, o alcalóide
Hoje tenho muito a comemorar
Não se espante, pois se em meus olhos, esse brilho estranho
Meio cobre, meio lágrima, meio qualquer nota
Começar a me fazer parecer mais jover
E fazer parar de cair cabelos
E me deixar com vontades de grito e canto
Não se espante, tampouco espante o espanto
É que hoje tenho muito a comemorar, hoje nada me segura
Nem o pudor de chorar em público
Nem essas tachas que os cristos usam
Nada, nada, nada
Hoje bebo em minha honra
Beijo do passado a lona e do presento os dentes
Beijo o futuro com seus lábios leporinos
E ainda lambo a língua
Hoje nem a pau, Juvenal
Hoje conheço meu tempo
Tempo de chão, de não, de alegria geral da nação
Tempo de pedra
Compositores: Kleber Fernando de Albuquerque (Kleber Albuquerque) (ABRAMUS), Pedro Luiz das Neves (Madan) (AMAR)Publicado em 2005 (23/Ago) e lançado em 2000 (01/Mai)ECAD verificado obra #244646 e fonograma #933700 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM

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