Vinha o sol de bico aberto no canto de um galo novo E a manhã fazendo pouso lá por detrás do capão A indiada apertando a cincha, num bate-bate de argolas E um choro fino de esporas, como clarim do galpão.
Eguada de cria ao pé, com sereno no topete Que clareou costeando o brete, talvez pressentindo o chão Cada tordilha mais linda, umas chucras, outras mansas E um cusco que é das confianças pra lidar com a criação.
Num grito de – abre a porteira – tropilha se esparramando A potrada se trompando contra as éguas na saída Mais lembrava um olho d`agua , que da terra ia surgindo E serpenteava sumindo, por entre a várzea comprida.
No lombo de um zaíno louco, sestroso e passarinheiro Um campeiro abria o peito, entre a poeira e o tropel Até previa o momento que o maula fosse sentando Renegando de um zurrilho, que a dias se foi pro céu.
Um cincerro no pescoço, num costado musical De uma gateada cardal, madrinha por experiência. O capataz bem de longe, num bico branco calçado Parecia um delegado, nos setembros da querência.
Talvez tivesse na idéia, mirando campo e estrada De soltar essa gateada na frente de uma tropilha Pra invernar n`algum rincão, os tubunas do poder Que fazem o povo sofrer, taperando estas coxilhas.
Confirmação de Idade
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Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco) (ABRAMUS), Marcio Nunes Correa (ABRAMUS)Publicado em 2003 (13/Out)ECAD verificado obra #1201699 e fonograma #666689 em 29/Out/2024 com dados da UBEM