Já bem cedo de manhã Suspira em sobras do café Seus anseios postos prontos pra servir Entre fotos do jornal Que estende em sonhos no varal E algum dia vai vestir, vai ter pra si
Pra lançar-se ao vento De caprichos e cetins Como em outros tempos Quem lhe dera sempre a vida assim
Que espera em seu lugar Pensando se é amor Alguém desarrumar O mundo que arrumou
Já bem tarde pode ser Varrendo em cantos do vazio Seus papéis e jeitos, dons que quer pra si Entre jogos de lençóis Cortinas, cartas e clarins Algum dia irá abrir-se e descobrir
Como um mar de rosas Em canteiros do jardim Tão maravilhosas Quem lhe dera sempre a vida assim
Não sabe se é amor Mal sabe se é azar O mundo que arrumou Pra alguém desarrumar
Já bem tarde pra dizer Guarda silêncios pra depois Em saudades, vãos e vozes que há de ouvir Entre móveis que se vão Mudando as horas de lugar Algum dia irá voar de volta a si
Como neve falsa Como chuvas de jasmim Em salões de valsa Quem lhe dera sempre a vida assim
Quem dera ser o amor Que pensa em esperar Agora que arrumou O mundo em seu lugar
Mas sempre há de saber Que sonha ser amor Alguém desarrumar A vida que arrumou pra si
Compositor: Nei Tejera Lisboa (Nei Lisboa) ECAD: Obra #3235935 Fonograma #826845