Como faz bem um chimarrão feito a capricho Quando cevado com o calor da própria mão A madrugada negaceando mostra a cara Cheiro de garras e pelegos pelo chão
Como faz bem ouvir o relincho do potro Lá na magueira a espera do buçal Baio sebruno, cabos negros de respeito Que pelo jeito, não nasceu pra ser bagual
Como faz bem tomar um banho na restinga Vestir as pilchas domingueiras pra passear Ouvir a gaita de oito baixos resmungando Adivinhando o pensamento do seu par
Como faz bem sentir o gosto da querência Ouvir um grito explodindo no rincão O venha, venha, do tropeiro nas estradas Rezando a prece, de retorno ao velho chão
Como faz bem lavar a fuça na gamela Tirar o freio pra depois chimarronear E o gado manso ruminando junto as casas E a terneirada num berreiro pra mamar
Como faz bem sentir o cheiro do borralho Respirar fundo o braseiro do tição Rio Grande velho, que retrata diariamente Como se forja uma alma de galpão
Compositor: Telmo de Lima Freitas (SOCINPRO)Publicado em 2004 (04/Ago) e lançado em 1993 (30/Mar)ECAD verificado obra #146069 e fonograma #830565 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM