Olha a Viola Mãe de vista vazia Quando joga ela embola Cola a mão na agonia Se distrai tateando a melodia.
Abre a viola Não repara onde espia Se ela encara, apavora Se ela chora, alumia Como o demo rezando a ave-maria.
Pode até sangrar Pode ensandecer Recusar o céu de esmola. Pode tropeçar Quando escurecer Nas entranhas da viola.
Tange a viola Com espora e euforia Encarcera a senhora Que ela implora alforria Vara a noite chamando a luz do dia.
Solta a viola Pé na lua sem guia Que o luar desarvora Só loucura irradia Como o sol ponteando a ventania.
Pode alucinar Pode incandescer Desandar tua memória. Pode imaginar O que não se vê Nas entranhas da viola.
Segue a viola Teu olhar silencia Mas enxerga onde mora Tanta melancolia Como um cego sonhando a estrela-guia.
Compositores: Carlos Althier de Souza Lemos Escobar (Guinga) (SOCINPRO), Mauro Martins de Aguiar (Mou Aguiar) (ABRAMUS)Editor: Sony Music (UBC)Publicado em 2003 (01/Mar)ECAD verificado obra #131678 e fonograma #972327 em 05/Abr/2024 com dados da UBEM