Ela é uma dessas garotas que se maquia no metrô Cujo os lábios são feitos de tempo e art nouveau Tem um ar retrô e traz pérolas no olhar Te entender é tentar matar sede com água do mar
Tão nova quanto nascer tão velha quanto o pecado Suas preces são Woodstocks em sinos desafinados Seu perfume é bolor, Amarula e água rás E tem a ausência como marca das impressões digitais No seu rímel lilás traz os segredos da vida Mas decifra-la é ser um cego e a ouvir falar em libras Nas linhas do seu diário o pra sempre é uma letra E quando faz amor no espaço tira a vida de um planeta Usa uma sombra violeta e sai vestida pra matar Seus olhos são acidentes difíceis de não encarar Queria se apaixonar, mas tocá-la ninguém ousa Pois seus cafunés são como unhas riscando uma lousa
Ela ama crianças e paetês cor de jade Seus abraços matam tudo, menos a saudade Dá aos homens a vontade de ser pai Pois mostra o fim de tudo ao matar o sol quando a noite cai Qualquer flerte a distrai, todo corpo é calor sempre que pensa na vida escreve cartas de amor Na sua boca a dor tem gosto de anis E todo dia é um romance pois pra ela todo final é feliz
Drik Barbosa
Vim te ver e como é bom te ver sorrir Sou eu quem zela teu sono, suspiro ao te ver dormir Eu vim te dizer que viver é um presente E que apaixonadamente eu te quero tão bem, meu bem, agora vem?
Ela adora cantar e seu som é lindo de morrer Faz das sirenes do Samu pistas de karaokê É o choro de um bebê e o silencio eterno capaz de criar nós na garganta das linhas do meu caderno
Quando cristo a conheceu aprendeu uma lição Imortal na terra só a esperança e a tentação Pinta o céu com carvão em noites de mormaço E com as linhas tortas de Deus desenha igual Picasso
Faz da eternidade um traço e apesar de ser pequena nas curvas do seu corpo qualquer um é Ayrton Senna Seu beijo é linha chilena e restos de destino Seu toque deu ao futuro lindos lábios leporinos
Viu Deus ainda menino, o tempo ser escrito E antes da Terra existir apagava estrelas no infinito Com os mais velhos se derrete em zelo Pois vê a solidão dançar pelos fios dos seus cabelos Mora no medo dos homens, nas sombras de um quarto faz de corações pistas de dança no ritmo dum infarto
Seu suspiro hora é parto, hora é funeral O ultimo baile de gala por isso exige social Seus sussurro num hospital é calafrio Te faz daltônico, te dá uma bomba e você não vê a cor dos fios Entre silêncios e vazios com ela eu pude aprender Só tá pronto pra viver quem estiver pronto pra morrer
Drik Barbosa
Vim te rever você pode me sentir? Por favor não me ignora, sei que pode me ouvir Eu vim te dizer que vou estar no seu futuro, ser o seu porto seguro E te amar como ninguém meu bem, agora vem?
Marli Bortoletto
Quando Deus disse: que seja feito o fim meu sorriso se ascendeu na escuridão do Éden os anjos abaixaram a cabeça e o diabo fez o sinal da cruz deus então me chamou e disse que as minhas mãos eram as mãos de uma parteira e as de um assassino em série e que, sete palmos de terra são o suficiente para igualar todos os homens minha presença é um suspiro da eternidade sou eu quem trabalha com o cupido escrevendo o futuro dos netos com a caligrafia dos avós, sou eu quem mata o fim da noite para que uma nova manha nasça, sou eu, aquela que ama tanto a vida que ao toca-la, levo-a comigo fazendo de suspiros finais um tapete vermelho e de extremas unções pedidos de casamento. Até que a (risos) os separe com o passar do tempo entendo que o Sol é uma estrela que supernova é a morte de uma estrela e que para algumas crenças o sol era um Deus na minha mão até um Deus pode morrer um minuto a mais na verdade é um minuto a menos se vocês soubessem o quanto a vida é passageira correriam menos e entenderiam o porque o? agora? se chama? presente? agradeça cada amanhecer, sorria mais se preocupe menos afinal o que tem solução se solucionará, o que não tem, solucionado está viva cada dia como se fosse o ultimo, eu mais do que ninguém, posso te afirmar que um dia vai ser seja feliz, como for, com quem for, por favor e por amor fica bem, se cuida e até breve!
Compositores: Marcello de Souza Dolme (Marcello Gugu), Eduardo dos Santos Balbino (Dj Duh) ECAD: Obra #29207050